Cheguei ao Departamento de Economia da UnB (ECO/UnB) em 1993 como professor titular. Não havia no ECO/UnB naquela época nenhum professor nas áreas de finanças, nem tão pouco interação com outros departamentos da UnB, outros órgãos públicos e empresas privadas que cobrisse esta importante lacuna. Iniciei ministrando cursos de finanças na graduação e na pós-graduação no ECO/UnB, onde logo apareceram muitos alunos interessados em gestão de carteira, finanças corporativas, análise de investimentos e avaliação de ativos. Alguns anos depois já tinha um número razoável de ex-alunos em órgãos como o Banco Central e Secretaria do Tesouro, IPEA. Descobri também que havia professores nos departamentos de contabilidade, administração, estatística com conhecimento ou interesse na área como, e alguns colegas no ECO/UnB passaram a ter também interesse em finanças, entre eles o professor Rodrigo Peñaloza.
Concomitantemente, apareceram demandas por treinamento para profissionais nessas instituições já citadas acima e em outras como o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Ainda em 1997 algumas agências reguladoras recém criadas demandavam treinamento e estudos para construção de modelos de finanças aplicados às suas necessidades de avaliação dos ativos das empresas reguladas e a determinação das tarifas cobradas pelos serviços regulados.
Para atender à essas demandas, tomei a iniciativa de criar o Centro de Investigação em Economia e Finanças (CIEF/UnB) com o objetivo de congregar a inteligência em finanças espalhada por todos estes órgãos públicos e empresas privadas, da qual eu já conhecia em boa parte pelos cursos e treinamentos que ministrei e dissertações e teses que orientei de 1993 até 1997.
Durante anos de 1997 até 2003 o CIEF funcionou informalmente. Em 2003 o CIEF foi formalizado dentro da estrutura do UnB como um Centro de Estudos da Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis (FACE/UnB). Os objetivo do CIEF era congregar um grupo de professores e pesquisadores espalhados por diversos departamentos, órgãos e empresas no distrito federal interessados área de finanças com o objetivo de formar massa crítica necessária para o desenvolvimento desta área eminentemente multidisciplinar, ministrar treinamentos profissionalizantes e acadêmicos, fornecer apoio intelectual para órgãos e empresas que precisassem de estudos avançados nesta área e ser o embrião da formação de uma escola de negócios nos moldes da Wharton, uma das melhores escolas de negócios do mundo, a qual tive oportunidade de tomar alguns cursos na época em que estava fazendo meu PhD.
Desde então o número de professores da UnB interessados em finanças cresceu consideravelmente tanto no ECO quando em outros departamentos, e muitos ex-alunos do ECO se tornaram destacados pesquisadores ou profissionais nas diversas áreas de finanças.
Infelizmente eu fiquei dirigindo tanto o Centro de Estudos de Mercados (CERME/UnB) e o CIEF, tarefa maior que minha capacidade de dar o dinamismo adequado a ambos os centros ao mesmo tempo que continuava minhas atividades de ativo professor e pesquisador.
Felizmente, a chegada da professor Marina Rossi no ECO, uma excelente professora com formação avançada em finanças, me permitiu passar o bastão desta imensa e árdua tarefa de construir um centro que congregue a crescente massa de pesquisadores e profissionais nesta área em Brasília e expanda as atividades do CIEF na direção da realização dos objetivos iniciais.
